quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Compostos Bioativos Alimentares e processos inflamatórios relacionados à obesidade

É comprovado que dietas ricas em alimentos de origem vegetais ajudam a reduzir a possibilidade de adquirir Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), e com isso foi descoberto substâncias que atuam nessas doenças. Estes alimentos são fontes de vitaminas, minerais, fibras e Compostos Bioativos (CBAs).

Os CBAs possuem ação antioxidante (retendo radicais livres e metais pró-oxidantes) e modulam os genes envolvidos no resultado inflamatório e impedindo o estresse oxidativo (processo quem que tem maior quantidade de radicais livres, quando comparados aos antioxidantes). E mesmo sabendo que estes compostos trazem benefícios à saúde, aparentemente, seu consumo pela forma de suplementação parece não ter efeito protetor contra as DCNTs.

Ácidos graxos

O excesso de ácidos graxos saturados podem levar a inflamação e resistência insulínica. Sabemos também, que alto consumo de ácidos graxos trans mostraram maior associação a inflamação.

De outra forma, ácidos graxos do tipo poli-insaturados do tipo ômega 3, ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosaexaenoico (DHEA) possuem ação anti-inflamatória. Estão contidas em alguns peixes e óleos de peixe.

Resveratrol

Em testes in vitro (realizados em laboratórios), este composto inibe processos inflamatórios. Está presente em uvas e vinho tinto.

Curcumina

Possui ação anti-inflamatória, antioxidante, antibacteriana, antiviral, antifúngica e antitumoral. Possui baixa biodisponibilidade e cerca de 40-75% é eliminada nas fezes. Está presente na cúrcuma.

Catequinas

Mostrou ação anti-inflamatória em testes in vitro. São compostos como epicatequina, epigalocatequina, epicatequina galato e epigalocatequinagalato. A epigalocatequinagalato está presente em maior quantidade no chá verde.

Quercetina, Tirosol e Licopeno

Ajudam a reduzir o processo inflamatório. A quercetina está contida em frutas cítricas e maçã; O tirosol pode ser encontrado no azeite de oliva; O licopeno está presente em tomate, melancia e goiaba.

Gingerol, Indol-3-carbinol, Campferol, Apigenina e Luteolina

Ajudam a evitar processos inflamatórios. Gingerol contido no gengibre; Indol-3-carbinol presente em vegetais crucíferas; Campferol está contido no tomate; Apigenina é encontrada em hortaliças e própolis; Luteolina pode ser encontrada em chá, frutas e hortaliças.

Ácido elágico é encontrado na romã; Capsaicina pode ser encontrado em pimentas vermelhas; entre outros.

Biodisponibilidade dos CBAs

É a quantidade de um composto (podendo ainda, ser metabólitos destes compostos) no sangue, nos órgão e nos tecidos. A absorção dos CBAs não nutrientes variam entre 1-60% da quantidade total consumida.

A biodisponibilidade vai depender de diversos fatores, como tipo de alimento, fórmula química, tempo de esvaziamento gástrico, entre outros. A bioacessibilidade é um pré requisito para a biodisponibilidade, por exemplo, menor bioacessibilidade vai dificultar a biodisponibilidade. Estes compostos devem estar no intestino na forma solúvel. E formas insolúveis, como quelatos, fitato e oxalato, reduzem a solubilidade e consequentemente a biodisponibilidade.

Ainda que seja necessário muitos estudos sobre CBAs, sabemos que seu consumo pelos alimentos, combinado com atividade física, pode ajudar a evitar DCNTs.

 

Curiosidades:

O que são os radicais livres?  -

https://www.youtube.com/watch?v=UcZvIUtAYBc

Referências:

Deborah H. M. B.; Marcelo M. R.; José Alfredo G. A. Mecanismos de ação de compostos Bioativos dos alimentos no contexto de processos inflamatórios relacionados à obesidade. São Paulo, 2009.

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