É comprovado que dietas ricas em alimentos de origem
vegetais ajudam a reduzir a possibilidade de adquirir Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNTs), e com isso foi descoberto substâncias que atuam nessas
doenças. Estes alimentos são fontes de vitaminas, minerais, fibras e Compostos
Bioativos (CBAs).
Os CBAs possuem ação antioxidante (retendo radicais livres e
metais pró-oxidantes) e modulam os genes envolvidos no resultado inflamatório e
impedindo o estresse oxidativo (processo quem que tem maior quantidade de
radicais livres, quando comparados aos antioxidantes). E mesmo sabendo que
estes compostos trazem benefícios à saúde, aparentemente, seu consumo pela
forma de suplementação parece não ter efeito protetor contra as DCNTs.
Ácidos graxos
O excesso de ácidos graxos saturados podem levar a
inflamação e resistência insulínica. Sabemos também, que alto consumo de ácidos
graxos trans mostraram maior associação a inflamação.
De outra forma, ácidos graxos do tipo poli-insaturados do
tipo ômega 3, ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosaexaenoico (DHEA)
possuem ação anti-inflamatória. Estão contidas em alguns peixes e óleos de
peixe.
Resveratrol
Em testes in vitro
(realizados em laboratórios), este composto inibe processos inflamatórios. Está
presente em uvas e vinho tinto.
Curcumina
Possui ação anti-inflamatória, antioxidante, antibacteriana,
antiviral, antifúngica e antitumoral. Possui baixa biodisponibilidade e cerca
de 40-75% é eliminada nas fezes. Está presente na cúrcuma.
Catequinas
Mostrou ação anti-inflamatória em testes in vitro. São compostos como epicatequina, epigalocatequina,
epicatequina galato e epigalocatequinagalato. A epigalocatequinagalato está
presente em maior quantidade no chá verde.
Quercetina, Tirosol e Licopeno
Ajudam a reduzir o processo inflamatório. A quercetina está
contida em frutas cítricas e maçã; O tirosol pode ser encontrado no azeite de
oliva; O licopeno está presente em tomate, melancia e goiaba.
Gingerol, Indol-3-carbinol, Campferol, Apigenina e Luteolina
Ajudam a evitar processos inflamatórios. Gingerol contido no
gengibre; Indol-3-carbinol presente em vegetais crucíferas; Campferol está
contido no tomate; Apigenina é encontrada em hortaliças e própolis; Luteolina
pode ser encontrada em chá, frutas e hortaliças.
Ácido elágico é encontrado na romã; Capsaicina pode ser
encontrado em pimentas vermelhas; entre outros.
Biodisponibilidade dos CBAs
É a quantidade de um composto (podendo ainda, ser
metabólitos destes compostos) no sangue, nos órgão e nos tecidos. A absorção
dos CBAs não nutrientes variam entre 1-60% da quantidade total consumida.
A biodisponibilidade vai depender de diversos fatores, como
tipo de alimento, fórmula química, tempo de esvaziamento gástrico, entre
outros. A bioacessibilidade é um pré requisito para a biodisponibilidade, por
exemplo, menor bioacessibilidade vai dificultar a biodisponibilidade. Estes
compostos devem estar no intestino na forma solúvel. E formas insolúveis, como
quelatos, fitato e oxalato, reduzem a solubilidade e consequentemente a biodisponibilidade.
Ainda que seja necessário muitos estudos sobre CBAs, sabemos
que seu consumo pelos alimentos, combinado com atividade física, pode ajudar a
evitar DCNTs.
Curiosidades:
O que são os radicais livres? -
https://www.youtube.com/watch?v=UcZvIUtAYBc
Referências:
Deborah H. M. B.; Marcelo M. R.; José Alfredo G. A. Mecanismos de ação de compostos Bioativos dos alimentos no contexto de processos inflamatórios relacionados à obesidade. São Paulo, 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário