O significado de constipação pode variar de acordo
com cada pessoa. Normalmente é definida como uma quantidade inferior de três
evacuações por semana, podendo estar relacionado muita das vezes com
consistência fecal, sensação de digestão incompleta, esforço durante a
evacuação.
De acordo com o critério de diagnóstico de Roma 3,
constipação são pelo menos dois dos seguintes sintomas: esforço durante a
defecação, fezes irregulares ou ressecadas, percepção de evacuação incompleta,
percepção de obstrução, estando presentes em 25% ou mais das evacuações, além
de evacuação inferior a três vezes por semana. As mulheres possuem uma
preponderância cerca de 2 a 3 vezes a mais de apresentar constipação se
comparado aos homens. A idade avançada também é um fator para constipação,
estando mais presente a partir da sétima década de vida.
Alguns fatores contribuintes são ingestão hídrica e
de fibras insuficientes, mobilidade intestinal reduzida, distúrbios
eletrolíticos, distúrbios endócrinos e metabólicos, comorbidades psicológicas
(como por exemplo depressão, estresse e histórico de abusos) e determinados
medicamentos.
Orientações nutricionais
De
acordo com Okawa et al. (2019) as fibras insolúveis atuam na formação do bolo
fecal (fazem com que as fezes fiquem mais volumosas), por permanecerem íntegras
ao longo de todo o processo. Enquanto, por outro lado, algumas fibras
fermentáveis solúveis não exercerem efeitos laxantes, podendo ainda gerar
constipação (como é o caso do trigo refinado).
De acordo com Bernaud & Rodrigues (2013),
os cereais integrais e farelo de trigo são frequentemente empregados para
prevenir e tratar a constipação. Alimentos como frutas, vegetais, milho, aveia
e psyllium, também são utilizados. Sendo este último, uma fibra totalmente
resistente a fermentação que ocorre no interior do trato gastrointestinal. Devendo
ser consumido no mínimo cerca de 30g por dia.
A 13 edição do Krause, informa que uma dieta
com quantidades superiores a 50g de fibra por dia, podem não ser vantajoso,
pelo fato de apresentarem uma maior causa de distensão abdominal e flatulência
excessiva.
Algumas orientações para garantirem um maior
consumo de fibras, são: preferir pães integrais e cereais integrais e elevar o
consumo de verduras, legumes, frutas e frutos de casca rígida e sementes
comestíveis.
Ingestão hídrica
De acordo com Fernandes & Blasi (2010), o ideal
seria uma ingestão hídrica superior a 2 litros por dia. Pois, está vinculada a
um maior número de reflexo gastrocólicos e auxilia na lubrificação do
intestino.
Pois estudo comprovam que uma ingestão
ineficiente de líquido é um fator expressivo para a prevalência de constipação,
ainda que tenha uma adequação da quantidade de fibras consumidas.
Atividade física
Estudos mostram que atividade física de leve
a moderada auxiliam positivamente na saúde do trato gastrointestinal (além de
reduzir a proteína C reativa, que é um marcador inflamatório em mulheres
obesas). Em contrapartida, exercícios vigorosos, podem impactar negativamente.
Tantawy et al. (2017) informou efeitos
positivos em mulheres obesas de meia idade submetidas a um programa de
treinamento físico (caminhada) com duração de 12 semanas, por três vezes ao
dia, em quantidade de 60 minutos. Onde afetou positivamente a redução do índice
de massa corporal (IMC), queixas relacionadas à constipação e a qualidade de
vida.
Não há explicações concretas os efeitos do
exercício para o benefício da constipação. Supõe-se que o exercício pode
influenciar a motilidade colônica e acelerar o trânsito intestinal, podendo
estar relacionado com ao incentivo do nervo vago e/ou redução sanguínea no
trato gastrointestinal. Há também suposições, que ocorra uma estimulação
mecânica (postura ereta, gravidade e contração muscular abdominal) do intestino
no momento da atividade física.
Maus hábitos
Diversas pessoas possuem uma incapacidade de
defecar fora de casa, adiando tal atitude até retornar às suas casas. Que são
surpreendidas quando não há desejo ao chegar às suas casas. Tal medida pode
gerar irregularidades intestinais, podendo gerar constipação.
Sabe-se que inibir o ato de defecação pode
desencadear uma redução da velocidade do trânsito colônico, desenvolvendo uma
menor ânsia de evacuações, com menores quantidades do bolo fecal.
Além disso, o estresse também está
relacionado a alterações da velocidade intestinal, podendo gerar possíveis
constipações.
Referências:
Referências:
BERNAUD, F.S.R.; RODRIGUES, T.C. Fibra
alimentar – ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo. 2013.
FERNANDES, E.S.; BLASI, T.C. CONSTIPAÇÃO
INTESTINAL RELACIONADA COM INGESTÃO HÍDRICA EM MULHERES. 2010.
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