quarta-feira, 8 de abril de 2020

Constipação em mulheres


O significado de constipação pode variar de acordo com cada pessoa. Normalmente é definida como uma quantidade inferior de três evacuações por semana, podendo estar relacionado muita das vezes com consistência fecal, sensação de digestão incompleta, esforço durante a evacuação.
De acordo com o critério de diagnóstico de Roma 3, constipação são pelo menos dois dos seguintes sintomas: esforço durante a defecação, fezes irregulares ou ressecadas, percepção de evacuação incompleta, percepção de obstrução, estando presentes em 25% ou mais das evacuações, além de evacuação inferior a três vezes por semana. As mulheres possuem uma preponderância cerca de 2 a 3 vezes a mais de apresentar constipação se comparado aos homens. A idade avançada também é um fator para constipação, estando mais presente a partir da sétima década de vida.
Alguns fatores contribuintes são ingestão hídrica e de fibras insuficientes, mobilidade intestinal reduzida, distúrbios eletrolíticos, distúrbios endócrinos e metabólicos, comorbidades psicológicas (como por exemplo depressão, estresse e histórico de abusos) e determinados medicamentos. 

Orientações nutricionais
De acordo com Okawa et al. (2019) as fibras insolúveis atuam na formação do bolo fecal (fazem com que as fezes fiquem mais volumosas), por permanecerem íntegras ao longo de todo o processo. Enquanto, por outro lado, algumas fibras fermentáveis solúveis não exercerem efeitos laxantes, podendo ainda gerar constipação (como é o caso do trigo refinado).
De acordo com Bernaud & Rodrigues (2013), os cereais integrais e farelo de trigo são frequentemente empregados para prevenir e tratar a constipação. Alimentos como frutas, vegetais, milho, aveia e psyllium, também são utilizados. Sendo este último, uma fibra totalmente resistente a fermentação que ocorre no interior do trato gastrointestinal. Devendo ser consumido no mínimo cerca de 30g por dia.
A 13 edição do Krause, informa que uma dieta com quantidades superiores a 50g de fibra por dia, podem não ser vantajoso, pelo fato de apresentarem uma maior causa de distensão abdominal e flatulência excessiva.
Algumas orientações para garantirem um maior consumo de fibras, são: preferir pães integrais e cereais integrais e elevar o consumo de verduras, legumes, frutas e frutos de casca rígida e sementes comestíveis.

Ingestão hídrica
De acordo com Fernandes & Blasi (2010), o ideal seria uma ingestão hídrica superior a 2 litros por dia. Pois, está vinculada a um maior número de reflexo gastrocólicos e auxilia na lubrificação do intestino. 
Pois estudo comprovam que uma ingestão ineficiente de líquido é um fator expressivo para a prevalência de constipação, ainda que tenha uma adequação da quantidade de fibras consumidas.

Atividade física
Estudos mostram que atividade física de leve a moderada auxiliam positivamente na saúde do trato gastrointestinal (além de reduzir a proteína C reativa, que é um marcador inflamatório em mulheres obesas). Em contrapartida, exercícios vigorosos, podem impactar negativamente.
Tantawy et al. (2017) informou efeitos positivos em mulheres obesas de meia idade submetidas a um programa de treinamento físico (caminhada) com duração de 12 semanas, por três vezes ao dia, em quantidade de 60 minutos. Onde afetou positivamente a redução do índice de massa corporal (IMC), queixas relacionadas à constipação e a qualidade de vida.
Não há explicações concretas os efeitos do exercício para o benefício da constipação. Supõe-se que o exercício pode influenciar a motilidade colônica e acelerar o trânsito intestinal, podendo estar relacionado com ao incentivo do nervo vago e/ou redução sanguínea no trato gastrointestinal. Há também suposições, que ocorra uma estimulação mecânica (postura ereta, gravidade e contração muscular abdominal) do intestino no momento da atividade física. 

Maus hábitos
Diversas pessoas possuem uma incapacidade de defecar fora de casa, adiando tal atitude até retornar às suas casas. Que são surpreendidas quando não há desejo ao chegar às suas casas. Tal medida pode gerar irregularidades intestinais, podendo gerar constipação.
Sabe-se que inibir o ato de defecação pode desencadear uma redução da velocidade do trânsito colônico, desenvolvendo uma menor ânsia de evacuações, com menores quantidades do bolo fecal.
Além disso, o estresse também está relacionado a alterações da velocidade intestinal, podendo gerar possíveis constipações.

Recomendações:


Referências:
Referências:

BERNAUD, F.S.R.; RODRIGUES, T.C. Fibra alimentar – ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo. 2013.

FERNANDES, E.S.; BLASI, T.C. CONSTIPAÇÃO INTESTINAL RELACIONADA COM INGESTÃO HÍDRICA EM MULHERES. 2010.

MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J. Alimentação nutrição e dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

MARKLAND, A.D.; PALSSON, O.; GOODE, P.S.; BURGIO, K.L.; WHITEHEAD, J.B.; WHITEHEAD, W.E. Association of Low Dietary Intake of Fiber and Liquids with Constipation: Evidence from the National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES). 2013.

Leung, L.; RIUTTA, T.; KOTECHA, J.; ROSSER, W. Chronic Constipation: An Evidence-Based Review. 2011.

OKAWA, Y.; FUKUDO, S.; SANADA, H. Specific foods can reduce symptoms of irritable bowel syndrome and functional constipation: a review. 2019.

SANTACRUZ, C.C.; LÓPEZ, M.O.; GARCÍA, M.V.; PÉREZ, C.F.; MIGUEL, J.C. Do bad habits bring a double constipation risk?. 2018.

TANTAWY, S.A.; KAMEL, D.M.; ABDEALBASSET, W.K.; ELGOHARY,W.M. Effects of a proposed physical activity and diet control to manage constipation in middle-aged obese women. 2017. 

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