É um grupo diverso de síndromes de vários fatores e determinado por muitos genes, definida pelo aumento glicêmico em jejum devido a deficiência relativa ou absoluta de insulina.
Diabetes Melito tipo 1
É
quando ocorre a destruição gradual das células beta (β)
pancreáticas (pode ser rápida em crianças e lenta nos adultos, sendo variado),
causando a ausência completa de insulina, com isso desencadeando hiperglicemia,
significativa vontade de urinar (poliúria), sede intensa (polidipsia), redução
de peso, desidratação, alteração eletrolítica e cetoacidose. Acomete cerca de
5-10% dos casos de diabetes, havendo maior quantidade do diagnóstico entre 10 a
12 anos de idade em meninas e 12 a 14 anos de idade em meninos.
Diabetes Melito tipo 2
É
quando ocorre uma associação de resistência insulínica e insuficiência da
célula beta (β). Os níveis de insulina endógena podem
estar normais ou alterados, no entanto, não estão apropriados para ultrapassar
a resistência insulínica coexistente. Acomete cerca de 90-95% dos casos de
diabetes.
Fatores de
risco para DMT2 |
História familiar de diabetes |
Idade avançada |
|
Obesidade intra-abdominal |
|
Sedentarismo |
|
Histórico de diabetes gestacional |
|
Pré-diabetes |
|
Etnia |
Fonte: Krause,13ª edição.
No
início a resistência insulínica é observada principalmente em células
musculares, hepáticas e adiposas. Ocorre uma hiperinsulinemia (elevação da
liberação de insulina), tentando garantir um equilíbrio na concentração de
glicose. Diversos indivíduos possuem um pâncreas incapaz de permanecer com a
liberação insulínica apropriada. Com isso, acontece a hiperglicemia e é
diagnosticada a diabetes.
Ocorre
hiperglicemia, em momentos pós prandial (seguido de uma refeição) devido à
resistência insulínica, permanecendo altas concentrações em períodos de jejuns.
Quando a secreção insulínica reduz, a síntese hepática eleva-se, causando o
crescimento no nível de glicemia pré-prandial (jejum). A reação insulínica
ainda é inadequada para anular a excreção do glucagon por meio das células alfa
pancreáticas, causando em hipersecreção de glucagon e elevação da síntese
hepática de glicose.
A
o acúmulo excessivo de gordura visceral e maior circunferência abdominal causa
aumento da resistência insulínica. Maiores quantidades de ácidos graxos causam
redução da sensibilidade insulínica celular.
Fibras:
é sugerido quantidades semelhantes à população geral (em torno de 25-30g por
dia), destacando os alimentos fontes de fibras solúveis.
Proteínas:
um consumo de cerca de 15-20% não necessariamente apresentam efeitos graves
para a resposta glicêmica, de lipídios e hormônios. No entanto, deve-se ficar
atento ao excesso de fontes proteicas que possuem elevada quantidade de
gorduras saturadas.
Gordura
dietética: ômega 3 (poli-insaturado) possui ótimos
benefícios.
Exercícios
físicos: auxilia na melhoria da sensibilidade insulínica
(ocorre maior captação de glicose nos músculos), diminui condições de risco
cardiovascular, atua no controle do peso, promove o bem estar dos diabéticos.
Obs: procure um profissional de educação física para realização dos exercícios
físicos.
Auto
monitoração da glicemia: deve ser aferido diariamente,
objetivando controlar o diabetes (exames laboratoriais de hemoglobina glicada
são mais eficazes). Para os pacientes que fazem aplicação de várias injeções ou
utilizam a bomba de insulina, recomenda-se a verificação glicêmica normalmente,
após as refeições. Já os indivíduos que fazem a aplicação insulínica com menos
frequência, não necessitam da terapia com insulina ou possui a necessidade de
somente seguir a terapia nutricional, recomenda-se que a verificação glicêmica
seja antes do desjejum, cerca de duas horas após a maior refeição (normalmente
aferido entre 1-4 vezes ao dia).
Observação:
pacientes com DMT1 ou com DMT2 que faz o tratamento com insulina necessita
verificar a glicemia por pelo menos 3-4 vezes ao dia.
Idosos:
com o envelhecimento os casos de pré-diabetes e diabetes se elevam
significativamente. Havendo alguns fatores que contribuem, como produção
ineficiente de insulina endógena, resistência insulínica (sendo considerado um
dos principais fatores), maior quantidade de tecido adiposo, menores práticas
de exercícios físicos, consumo de medicamentos variados e patologias.
As complicações relacionadas à
diabetes podem ser:
Agudas:
- hipoglicemia; Hiperglicemia e Cetose Diabética.
Tardias:
- Doenças Macrovasculares (dislipidemia e hipertensão); - Doenças
Microvasculares (Nefropatia, retinopatia e neuropatia).
Orientações na pré-diabetes:
-
Escolhas alimentares que auxiliam na redução de peso moderado;
-
Menor consumo de gordura total pela alimentação;
-
Consumir cereais integrais e fibra alimentar;
-
Consumo controlado de álcool (não sendo orientado fazer uso do mesmo, para os
que não o consome).
Recomendações para Diabetes Melito:
-
Reduzir o volume das refeições e fraciona-las;
-
Consumir vegetais (priorizar os folhosos);
-
Preferir carnes magras;
-
Evitar frituras e refinados;
-
Evitar alimentação excessiva e períodos significativos de jejuns;
-
Aferir a glicemia regularmente;
-
Realizar exercícios físicos.
Referências:
MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP, S.;
RAYMOND, J. Alimentação nutrição e dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2012.
HARVEY,
R.A.; FERRIER, D.R. Bioquímica Ilustrada. 5ª edição. Porto Alegre: Artmed,
2012.
VILLELA, NB., and ROCHA, R., orgs. Manual básico para atendimento ambulatorial
em nutrição[online]. 2nd ed. rev. and enl. Salvador: EDUFBA, 2008. 120
p. ISBN 978-85-232-0899-8.
Nenhum comentário:
Postar um comentário