quarta-feira, 1 de julho de 2020

Diabetes Melito

É um grupo diverso de síndromes de vários fatores e determinado por muitos genes, definida pelo aumento glicêmico em jejum devido a deficiência relativa ou absoluta de insulina.

Diabetes Melito tipo 1

É quando ocorre a destruição gradual das células beta (β) pancreáticas (pode ser rápida em crianças e lenta nos adultos, sendo variado), causando a ausência completa de insulina, com isso desencadeando hiperglicemia, significativa vontade de urinar (poliúria), sede intensa (polidipsia), redução de peso, desidratação, alteração eletrolítica e cetoacidose. Acomete cerca de 5-10% dos casos de diabetes, havendo maior quantidade do diagnóstico entre 10 a 12 anos de idade em meninas e 12 a 14 anos de idade em meninos.

Diabetes Melito tipo 2

É quando ocorre uma associação de resistência insulínica e insuficiência da célula beta (β). Os níveis de insulina endógena podem estar normais ou alterados, no entanto, não estão apropriados para ultrapassar a resistência insulínica coexistente. Acomete cerca de 90-95% dos casos de diabetes.

 


Fatores de risco para DMT2

História familiar de diabetes

Idade avançada

Obesidade intra-abdominal

Sedentarismo

Histórico de diabetes gestacional

Pré-diabetes

Etnia

Fonte: Krause,13ª edição.

No início a resistência insulínica é observada principalmente em células musculares, hepáticas e adiposas. Ocorre uma hiperinsulinemia (elevação da liberação de insulina), tentando garantir um equilíbrio na concentração de glicose. Diversos indivíduos possuem um pâncreas incapaz de permanecer com a liberação insulínica apropriada. Com isso, acontece a hiperglicemia e é diagnosticada a diabetes.

Ocorre hiperglicemia, em momentos pós prandial (seguido de uma refeição) devido à resistência insulínica, permanecendo altas concentrações em períodos de jejuns. Quando a secreção insulínica reduz, a síntese hepática eleva-se, causando o crescimento no nível de glicemia pré-prandial (jejum). A reação insulínica ainda é inadequada para anular a excreção do glucagon por meio das células alfa pancreáticas, causando em hipersecreção de glucagon e elevação da síntese hepática de glicose.

A o acúmulo excessivo de gordura visceral e maior circunferência abdominal causa aumento da resistência insulínica. Maiores quantidades de ácidos graxos causam redução da sensibilidade insulínica celular.

Fibras: é sugerido quantidades semelhantes à população geral (em torno de 25-30g por dia), destacando os alimentos fontes de fibras solúveis.

Proteínas: um consumo de cerca de 15-20% não necessariamente apresentam efeitos graves para a resposta glicêmica, de lipídios e hormônios. No entanto, deve-se ficar atento ao excesso de fontes proteicas que possuem elevada quantidade de gorduras saturadas.

Gordura dietética: ômega 3 (poli-insaturado) possui ótimos benefícios.

Exercícios físicos: auxilia na melhoria da sensibilidade insulínica (ocorre maior captação de glicose nos músculos), diminui condições de risco cardiovascular, atua no controle do peso, promove o bem estar dos diabéticos. Obs: procure um profissional de educação física para realização dos exercícios físicos.

Auto monitoração da glicemia: deve ser aferido diariamente, objetivando controlar o diabetes (exames laboratoriais de hemoglobina glicada são mais eficazes). Para os pacientes que fazem aplicação de várias injeções ou utilizam a bomba de insulina, recomenda-se a verificação glicêmica normalmente, após as refeições. Já os indivíduos que fazem a aplicação insulínica com menos frequência, não necessitam da terapia com insulina ou possui a necessidade de somente seguir a terapia nutricional, recomenda-se que a verificação glicêmica seja antes do desjejum, cerca de duas horas após a maior refeição (normalmente aferido entre 1-4 vezes ao dia).

Observação: pacientes com DMT1 ou com DMT2 que faz o tratamento com insulina necessita verificar a glicemia por pelo menos 3-4 vezes ao dia.

Idosos: com o envelhecimento os casos de pré-diabetes e diabetes se elevam significativamente. Havendo alguns fatores que contribuem, como produção ineficiente de insulina endógena, resistência insulínica (sendo considerado um dos principais fatores), maior quantidade de tecido adiposo, menores práticas de exercícios físicos, consumo de medicamentos variados e patologias.

As complicações relacionadas à diabetes podem ser:

Agudas: - hipoglicemia; Hiperglicemia e Cetose Diabética.

Tardias: - Doenças Macrovasculares (dislipidemia e hipertensão); - Doenças Microvasculares (Nefropatia, retinopatia e neuropatia).

Orientações na pré-diabetes:

- Escolhas alimentares que auxiliam na redução de peso moderado;

- Menor consumo de gordura total pela alimentação;

- Consumir cereais integrais e fibra alimentar;

- Consumo controlado de álcool (não sendo orientado fazer uso do mesmo, para os que não o consome).

Recomendações para Diabetes Melito:

- Reduzir o volume das refeições e fraciona-las;

- Consumir vegetais (priorizar os folhosos);

- Preferir carnes magras;

- Evitar frituras e refinados;

- Evitar alimentação excessiva e períodos significativos de jejuns;

- Aferir a glicemia regularmente;

- Realizar exercícios físicos.


Referências:

MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J. Alimentação nutrição e dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

HARVEY, R.A.; FERRIER, D.R. Bioquímica Ilustrada. 5ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2012.

VILLELA, NB., and ROCHA, R., orgs. Manual básico para atendimento ambulatorial em nutrição[online]. 2nd ed. rev. and enl. Salvador: EDUFBA, 2008. 120 p. ISBN 978-85-232-0899-8.


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