quarta-feira, 17 de junho de 2020

Gastrite e Úlcera Péptica


Gastrite e úlceras pépticas desenvolvem-se quando há alterações químicas, infecciosas ou neurais, que lesionam a mucosa estomacal. Enquanto a primeira é apontada como um dano evidente e inflamatório que pode danificar a mucosa intestinal ou duodenal, a segunda é essa lesão de forma agravada.

Gastrite

 Pode se manifestar por diversos sintomas, como náuseas, vômitos, hemorragias, dores epigástricas e anorexia. Ao longo prazo pode desenvolver anemia perniciosa, hipocloridria e perda do fator intrínseco, pelo fato de haver redução e atrofia celular do estomago. Podendo ser de fase:

- Aguda: quando possuem os sintomas e a inflamação com surgimento rápido.

- Crônica: quando os sintomas e a inflamação persistem por um longo período (meses ou até anos, com variações dos níveis de manifestações).

Úlcera Péptica

Alteração no sistema de reparo (a mucosa é protegida dos mecanismos digestivos do ácido e da pepsina, ocorrendo a formação de bicarbonato, redução do elevado teor ácido por meio do fluxo sanguíneo e por meio da restauração e renovamento das células epiteliais) da mucosa gástrica.

Casos habituais: por H. Pylori (Helicobacter Pylori) que é um tipo de bactéria gram-negativa, causadora de diversos casos de inflamação crônica da mucosa do estômago, câncer estomacal, úlcera péptica e uma inflamação crônica com danificação da mucosa e das glândulas, gerando uma ausência de ácido clorídrico e do fator intrínseco (gastrite atrófica).

Outros casos: utilização excessiva e prolongada de aspirina ou outros anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e corticoides, excesso de bebidas alcoólicas, tabaco.

Fármacos do tipo inibidores da bomba de prótons podem apresentar alguns efeitos adversos sendo diminuição de nutrientes (vitamina B12, cálcio e ferro não heme). Pois ocorre alteração da proteólise gástrica que ocorre no estômago, impedindo sua biodisponibilidade. Além de Hepatotoxidade, lesões agudas ou crônicas no estomago, alteração da flora bacteriana gastrointestinal, risco de desenvolvimento de displasia e câncer gástrico.

Recomendações:

- Fazer refeições em menores volumes com maior frequência;

- Realizar a refeição lentamente, mastigando bem os alimentos;

- Identificar possíveis alimentos que causam desconforto;

- Preferir frutas cítricas que não causam desconforto;

- Dar prioridade aos vegetais cozidos;

- Prefira carnes consideradas mais magras como peixe e frango, removendo as peles deste último alimento;

- Consumir alimentos fontes de B12: carne de boi (do tipo magra), aves, peixes, leite desnatado e ovos cozidos.

Evite:

- Consumir alimentos gordurosos;

- Consumir líquidos demasiadamente no momento das refeições principais;

- Bebidas ricas em cafeínas (refrigerante, café, chá mate e chá preto);

- Consumir bebidas alcoólicas;

- Condimentos do tipo ácido ou picante como pimentas vermelhas e pretas, mostarda, orégano e catchup;

- Alimentos extremamente quentes ou frios;

- Trocar lanches rápidos por refeição;

- Grandes períodos sem se alimentar ou consumo excessivo de alimentos;

- Consumo excessivo de alimentos fontes de enxofre, como agrião, brócolis, cebola, couve-flor, pimentão, feijão, ovo cozido, quiabo, repolho e pimentão;

- O estresse e o fumo;

- Medicação como anti-inflamatórios e automedicação.

Referência:

JARDIM PAZ, M. F. C.; BARROS DE ALENCAR. M. V. O.; LIMA, R. M. P. Pharmacological Effects and Toxicogenetic Impacts of Omeprazole: Genomic Instability and Cancer. Vol.2020. p21, 2020.

VILLELA, N. B.; ROCHA, R. Manual básico para atendimento ambulatorial em nutrição. Salvador: EDUFBA,2008.

MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J. Alimentação nutrição e dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.


Nenhum comentário:

Postar um comentário