De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
alcoólico é um bebedor exagerado e dependente do álcool, seguido de perturbações
mentais, de saúde física, relacionamento interpessoal, social e econômico
(LINO,2006).
No ano de 2018 a Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS), informou que mais de 3 milhões de pessoas vieram a óbito por uso nocivo
de álcool. As formas de mortes devido ao álcool são lesões (acidente de
trânsito, autolesão e violência interpessoal), patologias digestivas, problemas
cardiovasculares, doenças infecciosas, câncer, transtornos mentais, entre
outros.
Embora estudos tenham demonstrado menor risco cardiovascular
e consumo moderado de álcool. Por outro lado, seu consumo exagerado pode
desencadear hiperlipidemias, esteatose, cirrose hepática, hepatite,
pancreatite, cardiomiopatias, hipertensão, surto hemorrágico, arritmias e até morte
súbita. Devemos ainda lembrar, que o consumo excessivo recorrente pode
desencadear o surgimento de tipos de câncer em regiões como boca, faringe,
esôfago, estomago e fígado. Podendo dar início ou potencializar o mesmo.
Depois de sua ingestão, a absorção do etanol ocorre
em pequena quantidade no estômago e em maior quantidade na porção inicial do
intestino delgado (duodeno).
O álcool é causa comum de cirrose (ocorre alteração
na circulação do sangue no fígado, causando hipertensão portal) e pancreatite
crônica (cerca de 90% dos acometidos pela doença) comumente são desenvolvidas
pelo alcoolismo. Os sintomas secundários da cirrose são hipertensão portal,
esplenomegalia (volume do baço aumentado), edema, ascite, encefalopatia e
hemorragia gastrointestinal ou varizes de esôfago. E os sintomas secundários em
pacientes com pancreatite crônica são cistos, icterícia, necrose do pâncreas e
hemorragias.
Normalmente pacientes acometidos pelo alcoolismo
apresentam carência energético-proteica. Os pacientes que ingerem uma
quantidade de cerca de 30% de valor energético total em álcool, possuem
ingestão insuficiente de carboidratos, proteínas, gorduras, vitamina A, C e B,
cálcio, ferro e fibras.
A ingestão alcoólica gera alterações de motilidade
do trato gastrointestinal (diarréia e má absorção são comuns nesses pacientes),
desencadeando uma alteração de sua digestão e absorção. Alterações salivares e
de motilidade do esôfago podem ser causas de esofagite. O álcool é a maior causa
de gastrite aguda e duodenite.
Alguns outros problemas nestes pacientes podem ser
carências nutricionais (particularmente de folato), carência de lactase,
redução absortiva de aminoácidos, redução biliar no lúmen intestinal,
hiperlipidemia, entre outros.
O consumo
excessivo do álcool pode desencadear o surgimento de um câncer. Em um estudo
realizado na Coréia do Sul, segundo Kim et al. (2019) houve uma associação de
consumos excessivos (sendo ≥ 20g por dia para mulheres e ≥ 40g por dia para
homens) e uma maior probabilidade de câncer gástrico, se comparado a pessoas
que não fazem o consumo alcoólico. Sendo as mulheres as mais prejudicadas. Sabe-se
que o consumo excessivo de álcool por muito tempo, pode estar mais
frequentemente associado a surgimento do câncer. (LoConte, 2017).
Referência:
KIM,
M.H.; KIM, S.A.; PARK, C.H.; et al. Alcohol
consumption and gastric cancer risk in Korea: a case-control study. 2019.
Lino,
T.A.L.R. Alcoolismo da causa à doença. 2006. Disponível em: <https://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0054.pdf>.
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