Antes do advento dos africanos ao Brasil, eles entraram em contato com alguns alimentos como o milho americano, farinha de mandioca, aipim e diversos tipos de feijões, além de experimentarem a cachaça.
Uma grande contribuição africana foi a banana, que ficavam ao redor das casas do povoado e das ocas indígenas, além de enfeitar a paisagem com suas belas folhas. Esta foi a fruta mais difundida, assim como foi o amendoim. Sendo assim, a banana foi a maior contribuição alimentar para o Brasil.
Outros alimentos que também vieram da África, foram manga, jaca, arroz, cana de açúcar, coqueiro, leite de coco e azeite de dendê. Com isso os africanos levaram do Brasil a mandioca, o caju, abacaxi, mamão, abacate, batata, cajá, goiaba, araçá.
Salvador era o local com maior quantidade de africanos, onde estes cultivavam a palmeira de dendê. O uso do dendê era difundido pelos escravos aprisionados pelos brancos, utilizando-os como os brancos utilizavam o azeite de oliva. No ano de 1763 o Rio de Janeiro tornou-se capital do Brasil, como a quantidade dos negros aumentava, havia a necessidade de migrar para as cidades próximas, sendo levado também o azeite de dendê, que era utilizada em preparações como peixe frito, ensopados e refogados.
As grandes plantações de cana de açúcar, a busca de ouro, diamantes e as plantações de café contribuíram para a chegada de vários africanos em cidades como São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco, no entanto, nestes locais a culinária africana não ficou instituída como na Bahia.
Devido a grande rotatividade do destino Brasil-África, na segunda metade do século XVIII, o início do século XIX provocou a troca de diversas espécies de plantas alimentares. Os africanos que viviam no Brasil plantaram vegetais como o quiabo, caruru, inhame, erva-doce, gengibre, açafrão, gergelim, amendoim africano, melancia, entre outros, e foram se tornando cada vez mais populares na região.
Foi trazida também a pimenta malagueta, que também dominavam o continente africano, além da galinha da angola (atualmente é a única refeição de animal africana presente na culinária brasileira).
A alimentação dos negros escravizados que estavam em uma propriedade rica, era a farinha de mandioca, feijão preto, toucinho, carne seca, laranjas, bananas e canjica. E para os que estavam escravizados em propriedades mais pobres havia um pouco de farinha, laranjas e bananas. Em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, além das pescas e caças eventuais, também havia o angu de milho. Já nas fazendas da região Norte, eles consumiam algumas espécies de peixes e faziam a “bucha” feita com carne de carneiro, semelhante a atual buchada de bode. Ocasionalmente os negros escravizados comiam o pirão, que era bem aceito, pois se acredita que é pelo fato de ser mais fácil para consumir, já que “não havia tempo”.
E para aproveitarem todo alimento que recebiam, sem desperdiçar nem um pouco, criaram o pirão escaldado conhecido como massapê (que atualmente ainda é utilizado na área rural), feito de água fervente, farinha de mandioca e pimenta malagueta.
Bebidas como caldo de cana, cachaça, mel com água, café, sucos, além do mel com farinha, eram o que os africanos consumiam nos engenhos de açúcar.
São exemplos da revolução africana na alimentação:
· Consumo de abará ou abalá, que é um bolo de feijão fradinho cozido com sal, azeite de dendê, camarão seco e pimenta, sendo enrolado em folha de bananeira e cozidos a vapor.
· Consumo de aberém, uma massa de milho cozido em banho-maria, que não leva qualquer tipo de tempero. Servidos com caruru e vatapá.
· Acarajé, uma massa de feijão fradinho e condimentos, resultando em um tipo de bolinho fritam no azeite de dendê. É acompanhado por camarão e pimenta.
· Bobó, um tipo de massa, podendo ser de aipim, inhame, feijão mulatinho, entre outros. Sendo temperada e cozida com camarão, condimentos e azeite de dendê. Pode ser acompanhados de carnes ou pescados.
· Cuscuz, uma massa cozida de milho pilada, umedecida com leite de coco (na época eram utilizados condimentos e arroz).
· Cuxá, que é um arroz cozido temperado com quiabo, farinha de mandioca, gergelim torrado e folhas de vinagreira.
· Mungunzá, que é o milho cozido com leite de coco ou leite de vaca.
· Quibebe, um tipo de sopa de abóbora que pode ser com leite de coco ou leite de vaca. Podendo ter ainda, maxixe, quiabo, carne seca, entre outros.
· Vatapá, um caldo engrossado feito da farinha de trigo, pão dormido, camarões, pimenta, azeite de dendê, condimentos e leite de coco. Sendo servido com galinha, peixe ou bacalhau.
Pelo fato de salvador possuir uma grande concentração dos descendentes africanos, houve maior defesa das comidas típicas, se comparado as outras regiões. Sendo graças as crenças, principalmente o candomblé, que fez com que fosse conservado essa vasta contribuição alimentar.
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